Manifesto: Recuperar o PT para os Trabalhadores!

Manifesto

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Golpe e Derrota Eleitoral: Construir os Comitês de defesa do PT


Apoiado por manifestações estimuladas,financiadas e organizadas por políticos corruptos, organizações da direita internacional e pela burguesia nacional e internacional, o golpe parlamentar foi consumado no Brasil em um verdadeiro show de horrores. Tendo ainda como pano de fundo a Operação Lava Jato, operação policial que foi sequestrada pelos setores mais reacionários da policia federal e do judiciário para anistiar empresários corruptos em troca de delações - a maioria sem nenhuma prova - que possam ser usadas para perseguir o Partido dos Trabalhadores, além de enquadrar todos os congressistas brasileiros, movendo-os de seus interesses fisiológicos para os interesses maiores do grande capital internacional, que ainda luta contra os efeitos da grande crise iniciada em 2008. 

Em seguida veio o primeiro turno das eleições municipais que se configuraram em grande derrota para o Partido dos Trabalhadores, fruto principalmente do aumento exponencial das abstenções, dos votos nulos e brancos, o que resultou em avanço dos partidos de direita no país, visto que os demais partidos de esquerda, particularmente o PSOL, mostraram-se incapazes de absorver esse massa de trabalhadores e trabalhadoras que decidiram não votar 13 nas urnas. 

O Golpe no Brasil teve apenas um objetivo: aprofundar os ataques aos direitos da classe trabalhadora. E mais do que lutar contra o golpe já consumado, a tarefa do maior instrumento político já criado pelos trabalhadores no Brasil, o PT, é esse, defender os direitos dos trabalhadores. Mas o partido hoje está tomado por uma casta burocrática cujo único objetivo é preservar seus cargos na maquina publica, através dos mandatos. E foram esses dirigentes que através da politica de conciliação de classe, nos levaram ao ponto que estamos hoje, a despeito da combativa militância petista que junto com a militância de outros partidos de esquerda e dos movimentos sociais foram as ruas contra o golpe e tudo que ele significa. 

É por isso que, mais do que nunca, esse é o momento de RECUPERAR O PT PARA OS TRABALHADORES. Construa em seu bairro, em sua cidade, no seu local de trabalho, estudo ou militância um Comitê de Defesa do PT. Não para defender governos, e muitos menos quaisquer personalidades partidárias, mas sim a Carta de Princípios e a História do Nosso Partido, os Comitês devem servir não para disputas de espaços internos, mas de organização da militância para lutar, junto dos movimentos sociais, pelos interesses imediatos e históricos dos trabalhadores. 

Não podemos confiar em manobras dos dirigentes das tendências que sempre governaram o PT e nos levaram ao ponto que estamos, só a organização pela base, será capaz de colocar nosso partido no caminho das lutas populares. 


Fora Temer!
Viva a militância do Partido dos Trabalhadores! 

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Se consumado o golpe, PT deve renunciar a TODOS os mandatos!




No ultimo dia 17 de Abril de 2016, o Brasil assistiu um verdadeiro show de horrores na Câmara dos deputados, onde 300 e poucos corruptos, votaram por suas famílias, igrejas e amigos, a continuidade do processo de impeachment de Dilma, sem qualquer base legal para isso. Deputados que aliás, até bem pouco tempo atrás eram chamados de aliados pelo governo federa. Um melancólico destino propiciado pela politica de alianças com partidos burgueses levada a cabo pela direção do Partido dos Trabalhadores. O processo agora segue para o Senado Federal que no inicio de Maio deve confirmar a abertura oficial do processo de impeachment que culminará no afastamento de Dilma por um período de seis meses, na qual ocorrerão as sessões de julgamento presididas pelo presidente do STF e que será julgado pelos 81 senadores, destes, 54 tem de dar voto favorável ao impeachment para que Dilma tenha o mandato que recebeu das urnas cassado e entregue ao vice Michel Temer do PMDB.

Consumado o golpe, o que o PT deve fazer?


O Golpe em curso brota de conspiração no executivo do vice Michel Temer com a Policia Federal e Ministério Publico, passa pela omissão do Supremo Tribunal Federal em relação as arbitrariedades do Juiz Sergio Moro e e de todo o processo e desemboca no chantagismo do congresso corrupto capitaneado por Cunha e Renam. Diante disso, a constatação é de que o que nasce desse processo não é só um governo ilegitimo, mas um ESTADO  FEDERAL ILEGITIMO. Todos os três poderes estão irremediavelmente manchados com a arbitrariedade desse processo, portanto, a classe trabalhadora organizada não pode e não deve legitima-lo de qualquer forma, e como partido de massas no Brasil, é justamente o PT quem deve dar o primeiro sinal nesse sentido.


No dia seguinte da consumação do golpe, o PT deveria chamar um congresso extraordinário, para votar uma resolução que determina a renuncia coletiva de todos os senadores e deputados federais, titulares e suplentes. O Lugar de todas as lideranças do PT agora é nas ruas, ao lado dos movimentos sociais, denunciando o estado de exceção, ilegitimo e anti-democrático, com paralisações, ocupações e manifestações diárias até que o Estado venha abaixo.

Conviver "democraticamente" com os golpistas seria o mesmo que legitima-los!




sábado, 5 de março de 2016

Da prisão de manifestantes a prisão de Lula. Qual será a resposta da esquerda?


Por Coletivo Marxista do PT

Dois mil e dezesseis( 2016) se iniciou como o ano anterior, com a luta contra o aumento das tarifas do transporte coletivo, que no cenário de alta geral de preços é um dos aumentos que mais pesam direta ou indiretamente no bolso da classe trabalhadora. A resposta do Estado, principalmente em São Paulo, foi uma repressão brutal as manifestações com prisão de manifestantes 

No centro-oeste, embalados pela luta dos secundaristas paulistas que em 2015 ocuparam escolas contra a "reorganização" do tucano Alckimin, os secundaristas de Goias também ocuparam escolas contra as privatizações do também tucano Perillo. E como o PSDB faz em São Paulo, no Paraná e todos os lugares que governa, a resposta por lá foi repressão e prisão de manifestantes. 

E por fim, no ultimo dia 4 de março foi a vez de Lula ser preso para depor pela Operação Lava-Jato da Policia Federal. Uma nota sobre essa operação: Dirigida por um Juiz com comprovadas ligações com o PSDB,  essa operação,  criada para apurar denuncias contra um cartel de empreiteiras que a anos vinham saqueando a Petrobrás,hoje tem distribuído anistia jurídica aos empresários corruptores que disserem qualquer coisa que justifique um show midiático da PF contra Lula e o PT.

Nunca é demais destacar as diferenças aqui. De um lado, jovens manifestantes lutando de forma sincera e corajosa por seus direitos, enfrentando a repressão das policias estaduais comandadas por tucanos que contam com o apoio do governo federal petista. De outro lado, Luis Inácio Lula da Silva, ex-presidente do sindicato dos trabalhadores metalurgicos do ABC Paulista, fundador e presidente de honra do Partido dos Trabalhadores, que usou o seu enorme prestígio junto a classe trabalhadora, para promover a política de alianças que além de estar destruindo o PT, bloqueou a conquista de reivindicações históricas como a Reforma Agrária, ameaça os avanços sociais e econômicos promovidos por seu próprio governo( Ajuste Fiscal), alem de abrir caminho para retrocessos históricos, como a redução da maioridade penal,  lei da terceirização, lei anti-terrorismo e a reforma da previdência.  

Certo ou errado, o fato é que Lula tem o apoio das maiores organizações sociais e politicas da classe trabalhadora brasileira, além de ser ele próprio, inegavelmente, um líder de massas. Apesar de nanicos de esquerda como PSOL e PSTU ainda alimentarem ilusões na justiça burguesa, o fato é que essa ligação histórica de Lula com as organizações dos trabalhadores é o ÚNICO motivo, dessa perseguição promovida contra ele. E é nesse sentido que ela se iguala com a prisão dos manifestantes, tratam-se de seguidas  afrontas a todas as organizações de trabalhadores, em outras palavras, estão nos chamando para a briga, e a pergunta é: Qual será nossa resposta?

Esses ataques estão longe de ser novidade para a esquerda, mesmo excluindo o período da Ditadura Militar, desde a promulgação da nossa "constituição cidadã" em 1988, ano após ano, aumenta o número de sindicalistas processados pelo Estado, lideres comunitários do campo e da cidade presos ou assassinados( com participação ou acobertamento do Estado) além da escalada de violência na repressão a manifestações de rua desde 2013, sem contar também a perseguição a blogueiros de esquerda e etc. A prisão de Lula, representa, ao menos simbolicamente, o ápice da escalada de repressão aos trabalhadores, que provavelmente só se iguala aos anos imediatamente anteriores ao golpe militar de 64. E a tendência é só piorar, caso Dilma sancione a lei anti-terrorismo. 

A única forma de responder e deter as forças da reação, é com a articulação de uma rede de solidariedade de classe entre os trabalhadores, mas essa unidade não pode começar por cima, com os grandes nomes, e sim por baixo, com os lutadores anônimos. Para cada manifestante preso, deve haver uma onda de paralisações em fábricas, para cada desocupação violenta na cidade ou no campo, deve haver uma onda de manifestações, e para cada sindicalista processado, uma onda de ocupações. E o mesmo deve se aplicar aos dirigentes partidários perseguidos, como Lula. 

Precisamos fazer a burguesia entender que o ataque a um de nós, é um ataque a todos nós!

A única luta definitiva contra a corrupção, é a luta contra o capitalismo. E para isso, precisamos reconquistar o PT para os trabalhadores! 


domingo, 27 de dezembro de 2015

Trabalhadores vão as ruas, golpistas recuam, Levy cai. E agora?


*Coletivo Marxista do PT


Liderados pelas centrais sindicais CUT e CTB, por diversos movimentos sociais como UNE, UBES, MST, MTST e CMP, além de partidos de esquerda como PT, PC do B, PCO e PCR, milhares de trabalhadores foram as ruas no ultimo dia 16/12/15 para lutar contra o golpe e o ajuste fiscal. Como resultado, o STF paralisou o rito do impeachment que se desenrolava na Câmara Federal. Rejeitados pela maioria da população( inclusive por aqueles que defendem a deposição de Dilma) Temer e Cunha, os capitães do golpe, não conseguem unificar o seu próprio partido, o PMDB, e por tabela também provocam rachas nas fileiras tucanas. Já do palácio do planalto, vem a noticia da saída de Joaquim Levy, ex-executivo do Bradesco, do Ministério da Fazenda. Apesar de tímidas, são vitórias significativas, que mostram a burguesia que, apesar dos burocratas, a classe trabalhadora segue forte e mobilizada.  

Após essas vitórias, todo esse movimento deve passar a ofensiva. As verbas federais para educação, saúde, moradia e reforma agrária seguem contingenciadas, e os programas sociais como o Bolsa Familia, são o próximo alvo dos cortes, ao mesmo tempo,  elevam-se impostos e juros para garantir aos banqueiros, o pagamento da eterna divida pública. E enquanto o governo alega que tudo isso visa a retomada do crescimento, o desemprego e a inflação só crescem.A regulamentação do imposto sobre as grandes fortunas, os bilhões devidos por empresas a união por multas e impostos sonegados, as empresas que receberam isenção para não demitir e demitiram, as empreiteiras corruptoras além do superávit fiscal primário( economia para pagar os juros da divida pública) esses devem ser os alvos do governo para ampliar a sua arrecadação, esse dinheiro deve ser investido em obras públicas, isso aliado a adoção de escala móvel de horas de trabalho e salário, para garantir os empregos e o poder de compra dos trabalhadores, deveriam ser as medidas emergenciais que o movimento de massa deve exigir do governo.

Porém, diante da crise sem fim do capitalismo, os direitos dos trabalhadores só poderão ser garantidos, se a ascensão da luta de massas que se desenha, tornar-se-á um movimento revolucionário que coloque em cheque a propriedade privada dos grandes meios de produção, e abra a perspectiva da construção de uma economia planificada, liderada por uma republica de conselhos operários. Como disse Marx "O capitalismo é o seu próprio coveiro", a atual crise, pelo seu tamanho e pelo momento em que ela acontece, abre para a classe trabalhadora uma oportunidade histórica de construir um mundo socialista, um mundo onde as pessoas sejam, com bem definiu Rosa Luxemburgo "Socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres", por isso, é o momento de passarmos a ofensiva, erguendo bem alto, nossas bandeiras vermelhas. 

 Diante desse momento, mais do que nunca é necessário que as massas exijam do governo petista, o rompimento com o PMDB e demais partidos capitalistas, que retomem o PT para os trabalhadores. 


segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

O sonho esquerdista: alimento do reformismo


Coletivo Marxista do PT



O golpe de Cunha, Temer e do PSDB derrubará o governo Dilma. O PT vai sumir do cenário político, e no poder, Temer irá aplicar a mesma política neoliberal do governo Dilma, só que com mais eficiência. PSOL, PSTU, PCB e outras organizações de esquerda vão liderar a resistência popular, e o resultado disso são três cenários possíveis: No pior deles, Aécio vence as eleições de 2018, mas o PSOL elege grande bancada se tornando o maior partido de oposição, em outro cenário, Luciana Genro é eleita presidente da República, e em um terceiro cenário, ainda existe a possibilidade da crise se agudizar a tal ponto de varrer as instituições burguesas, abrindo assim caminho para a construção de um governo revolucionário.

A situação a cima descrita seria a saída mais otimista para a atual crise que vivemos, e é com base nesse otimismo que os chamados esquerdistas: parte do PSOL, PSTU, PCB e outras organizações, se posicionam sobre o processo de impeachment. Alguns se posicionam claramente em favor da deposição de Dilma, outros ficam “firmemente em cima do muro” e outros ainda fazem apenas uma oposição envergonhada a ação liderada por Cunha, dizendo-se contra o impeachment mas também contra qualquer mobilização nesse sentido. Ainda que se possa idealizar essa saída triunfal para a crise, não é isso que a aconteceu antes na história em situações semelhantes. Ha que se evidenciar também o cenário otimista para os governistas, onde Dilma se mantêm no poder, termina o seu mandato com uma recuperação mínima da situação econômica, Lula volta em 2018 nos braços do povo e tudo continua mais ou menos do jeito que está hoje. Embora pareça mais factível do que o cenário esquerdista, a utopia governista também parece cada vez mais improvável, e na verdade, nem muito desejável, então nem falaremos mais sobre isso nesse momento.

O que a história tem demonstrado é que desde o início do século XX, com exceção das Ditaduras, nos países minimamente industrializados e formalmente democráticos, a burguesia não necessita de um único partido de direita que se eternize no poder. Na verdade, os partidos reformistas, quando devidamente cooptados pela burguesia, as vezes ficam muito mais tempo no poder do que os partidos formalmente de direita, graças ao estabelecimento de um moderno bonapartismo(termo empregado para designar um governo que se eleva a cima da luta de classes, nesse caso seria um governo aparentemente assim só que na verdade, controlado pela burguesia ou por uma fração dela).Tudo que a burguesia precisa dos partidos de direita, é que por um determinado momento, possam reunir o capital político necessário para aplicar o programa completo de ataques aos direitos dos trabalhadores, depois disso, a eleição de um partido reformista de esquerda, ou talvez até de um partido de centro-direita com um discurso “social” embora não seja o desejável, talvez seja o necessário para aliviar a pressão da resistência das organizações de trabalhadores. Trazendo isso para o Brasil, um governo Temer pelo tempo que restaria do mandato de Dilma, pode se tornar o mais desejável para a burguesia, adicionado a um eventual governo Aécio pós-2018 para consolidar o que eles tem chamado de “reformas necessárias” já seja o tempo suficiente. Mais do que isso, entrariam certamente em desgaste e a tendência seria uma nova ascensão do reformismo, talvez agora com outra cor, ao invés do vermelho do PT e de Lula, quem sabe o verde de Marina e sua Rede( ou ainda quem sabe, os dois juntos)

Mas esse revezamento entre o pior e o menos pior é inevitável? Para os reformistas sim, mas para aqueles que acreditam e conhecem o poder revolucionário da classe trabalhadora, evidentemente que não. Porém essa situação só vai mudar quando a classe trabalhadora tiver uma direção revolucionária de massas capaz de suplantar tanto a direita quanto a esquerda pelega, esse é o caminho mais árduo e longo mas é o único. Ao apoiar o impeachment ou ser indiferente a ele, o esquerdismo tenta um “truque esperto”, uma forma de “cortar o caminho da história”, usando a direita(PMDB/PSDB) para derrubar o PT e depois “derrubá-los da prancha e surfar nessa onda” como disse o líder do MTST Guilherme Boulos. Uma posição anarquista, vinda daqueles que reivindicam o marxismo. Claro que pesam os argumentos de que: a) supostamente a parte mais consciente da classe trabalhadora, em sua maioria, estaria dividida entre o apoio e a indiferença ao impeachment, portanto, caso se concretize a manobra de Cunha não será uma derrota dos trabalhadores, mas “apenas” do Partido dos Trabalhadores, ou ainda que: b) a crise atual, pelo seu tamanho, por si só, inviabilizara qualquer plano de médio e longo prazo da burguesia pós-impeachment. Se qualquer um dos dois argumentos fossem válidos, o esquerdismo então precisaria declarar que perdeu a chance de estar a frente do “Fora Dilma” desde as jornadas de junho de 2013, evidentemente, que não é o caso.

Hoje os dois cenários mais prováveis são:

1) Dilma é deposta. A resistência ao golpe se consolida como frente de oposição parlamentar(PT, PC do B, PSOL e talvez PDT e Rede) e popular ao governo Temer, mas será uma batalha dura. Se puder conter a vaidade dos lideres tucanos, o novo presidente deve ter em torno de si uma ampla unidade da direita, talvez como não se vê desde o governo Itamar, com apoio da parte da população que insatisfeita com o governo Dilma se deixa influenciar por movimentos reacionários, do congresso, do judiciário, da mídia, além claro do grande capital nacional e internacional, as próprias forças armadas, se não se mobilizam pela deposição de Dilma não significa que não terão uma postura mais ativa na defesa de um governo Temer, ainda mais agora com a promulgação( pelas mãos de Dilma) da chamada lei antiterrorismo. Apesar das dificuldades, a resistência ao golpe, transformada em resistência popular a Temer, se tomada pelos reformistas, deve apresentar uma alternativa reformista.
2) Dilma gasta o pouco capital politico que lhe resta para manter-se no cargo. O mais provável é que venha um segundo estelionato, com a ampliação do espaço dos aliados de direita “leais” dentro do governo, além claro do aprofundamento dos ataques aos direitos e conquistas do povo. Diante disso, a classe trabalhadora, fortalecida por impor uma derrota aos setores mais reacionários da burguesia, poderá converter a resistência ao golpe em resistência ao próprio reformismo,,desde que no seio dessa resistência existam força que apontem nesse caminho.

Sempre é preciso relembrar que o PT e a politica de colaboração de classes da sua direção, são os principais responsáveis pelo cenário que ai está, não pela crise econômica em si( como diz a imprensa), mas pela sua fragilidade politica em meio a essa crise. É como aquele treinador que dirige um time que briga contra o rebaixamento, tem aqueles treinadores que mesmo nessa situação difícil conseguem unificar torcida e jogadores em torno de seu trabalho, e tem aquele treinador que tanto a torcida quanto os jogadores querem ver longe. Infelizmente o PT se enquadra no segundo exemplo.

E diante disso, é bom ponderar que de fato, chamar os jovens combativos que só conhecem o PT governo, ou mesmo aqueles trabalhadores mais velhos, que estão profundamente decepcionados com os rumos do partido, a defender o governo Dilma contra o impeachment é um esforço hercúlio. Entretanto, a história mostra que, o caminho do revolucionário, ainda que guiado por sentimentos doces, geralmente, é o mais amargo. Somente estando lado a lado dos trabalhadores, não só nas suas lutas específicas, mas também nas suas lutas de massa, nas vitórias E nas derrotas e aprendizados, é que os comunistas poderão ajudar a forjar uma direção revolucionário de massas, capaz de apontar o caminho da verdadeira mudança. Esse é o rumo a ser tomado, pois, a menos que as guerras, os desastres ambientais e as pandemias que insistem em sair das distopias do cinema para a realidade, nos levem de vez para a barbárie, em 10 anos, o que sobrar dessas organizações esquerdistas estarão a repetir, o mesmo discurso contra o reformismo que eles próprios ajudam a (pro)criar.

Abaixo o Impeachment! Fora Cunha!

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

FAZER COMO OS TRABALHISTAS INGLESES, RECUPERAR O PT PARA OS TRABALHADORES!


*Por Coletivo Marxista

Um governo subserviente aos interesses do imperialismo norte-americano, das velhas elites politicas e seus privilégios e subserviente aos bancos e a manutenção do capitalismo. Essas características que poderiam descrever o governo federal comandado pelo PT, também serviriam para definir o ultimo governo britânico comandado pelo Partido Trabalhista de Tony Blair. E  se o resultado dessa politica, tem sido desastroso para a relação do PT com sua base histórica, não foi menos para os trabalhistas ingleses. Entretanto no ultimo dia 12 de setembro, uma virada a esquerda surpreendente ocorreu no Partido Trabalhista do Reino Unido com a vitória do socialista Jeremy Corbyn nas eleições internas pela liderança do partido. 
É importante que se diga que a capitulação do Partido Trabalhista Inglês a politica de conciliação de classes com a burguesia é tão mais antiga quanto este partido é mais antigo que o PT, já nos anos 20 esse partido, juntamente com os social-democratas alemães, inauguraram e exportaram para o resto do mundo essa politica de traição da classe trabalhadora, através da burocracia sindical e dos postos no parlamento burguês, servindo a manutenção da ordem vigente, ao invés de servir a luta contra essa ordem. Para se ter uma idéia, o herdeiro políticos do trabalhismo no Brasil é o PDT, um partido que diz defender a classe trabalhadora, mas sempre se colocando contra qualquer rompimento com a ordem burguesa. O PT na sua origem, nasce criticando ferozmente o trabalhismo e até por isso, pode-se dizer que em sua orgiem, era muito mais avançado do que o Partido Trabalhista jamais foi. E tudo isso, só torna a vitória de Corbyn ainda mais surpreendente e significante, e isso aconteceu porque nesse momento em que a crise do capitalismo só se aprofunda, os trabalhistas ingleses resolveram tornar o Partido Trabalhista naquilo que ele nasceu para ser, uma arma da classe trabalhadora para lutar por seus interesses imediatos e históricos, e pra fazer isso, arrancaram o partido das mãos da burocracia que a décadas o controlava. 
No Brasil não é diferente, os dirigentes petistas( da maioria das correntes) sempre justificaram as traições de classe do governo federal, com a implantação de programas sociais, aumento de verbas para Saúde, Moradia e Educação, a estabilidade econômica que gerou aumento de salários e empregos, além da institucionalização dos movimentos sociais, com os conselhos e conferências, além de pastas especificas( igualdade racial, mulheres, juventude e outras) e sobre isso, é preciso dizer algumas coisas. Em primeiro lugar, que essas "conquistas", não o são de fato: os programas sociais foram migalhas se comparado aos lucros obscenos da burguesia, especialmente dos bancos, o aumento de verbas para Saúde, Moradia e Educação além de ser proporcional ao crescimento econômico( ou seja, percentualmente em relação ao PIB e ao total da arrecadação da União continuou práticamente o mesmo do período anterior) ainda boa parte desse dinheiro acabou no bolso da burguesia, através das Organizações Sociais da Saúde, Faculdades Privadas que recebem dinheiro público além das empreiteiras que comandam os programas de habitação do governo federal. A dita estabilidade, veio ao custo de não atendimento de pautas históricas como a redução da jornada de trabalho sem redução de salário e a Reforma Agrária. Quanto a institucionalização dos movimentos sociais, estes nunca tiveram qualquer poder sobre as áreas essenciais do governo, como a política econômica e fiscal e ao invés disso, apenas perderam muito de sua autonomia.  Porém, mesmo que se ignore tudo isso, e se ressalte esses elementos como avanços em relação ao governo tucano de FHC, mesmo estes estão regredindo neste segundo mandato de Dilma, e nem precisou dos tucanos voltarem ao poder, pois Dilma assumiu o seu programa, ampliando a subserviência de seu governo ao capital e as velhas elites politicas como o PMDB. E resultado disso, são cortes e mais cortes, ataques e mais ataques aos trabalhadores, feito pelo governo dirigido pelo Partido dos Trabalhadores. 
Porém não se pode mudar tudo isso simplesmente seguindo as regras da burocracia, acreditar que a direção majoritária do partido criará( ou respeitará) regras que ameacem o seu controle, só pode se justificar por uma inconveniente inocência ou é apenas algo com que os dirigentes das correntes de esquerda ou de oposição do PT usam para iludir suas bases apenas para manter-se nos aparelhos partidários, sindicais e governamentais. No Reino Unido a liberação de que trabalhistas não filiados ao partido pudessem votar mediante ao pagamento de uma taxa, foi a forma que a classe trabalhadora inglesa encontrou para retomar o Partido Trabalhista das mãos dos burocratas. Não está claro se esse método pode-se aplicar com o mesmo exito no PT, seja como for só uma oposição real contra a burocracia poderá animar os trabalhadores e a juventude a se engajarem na retomada do partido. E isso começa com a unidade em torno da luta pelo rompimento da aliança com o PMDB e a demissão de todos os ministros capitalistas, se você concorda, assine o abaixo-assinado: http://migre.me/qaEhi

Façamos como os trabalhistas ingleses, vamos retomar o PT para os trabalhadores !

domingo, 9 de agosto de 2015

Por que não um congresso da esquerda do PT???

 
* Por Coletivo Marxista do PT
 
No ultimo dia 15 de julho o parlamento grego aprovou o plano de austeridade da Troika (União Européia, Banco Central Europeu e FMI) em substituição ao acordo anterior que foi rejeitado pela maioria do povo grego em referendo. Entretanto, o novo acordo que é considerado tão ruim quanto o anterior, além da oposição popular através de greves e manifestações contou também com a oposição de quase um terço dos deputados do Siryza, o partido do primeiro ministro Tsipras, que votaram contrários a proposta ou se abstiveram, incluindo ex-membros do governo. E no fim o governo só aprovou o memorando graças aos votos do seu aliado de direita o partido Gregos Independentes e também aos oposicionistas Nova Democracia de direita e PASOK de centro-esquerda.
 
Fazendo uma analogia um tanto imprecisa, seria como se no Brasil, Dilma tivesse oposição de parte da bancada do PT em algum projeto e dependesse dos votos do PMDB, PSDB e PSB para aprova-lo. E essa ação de parte da bancada não foi isolada dentro do partido, dias antes, 110 dos 201 membros da direção nacional do Syriza assinaram um documento contrários ao novo memorando, além da manifestações contrarias de diversos setores do partido, incluindo a Juventude que pede um congresso extraordinário da legenda para rediscutir os rumos do governo. Essa revolta interna, totalmente legitima diante das traições de Tsipras poderia servir de exemplo para alguns setores do PT, principalmente das correntes que compõe a chamada esquerda petista como Articulação de Esquerda, Militância Socialista e O Trabalho.
 
Em suas analises sobre o resultado do 5º Congresso do PT realizado entre 11 e 13 de junho em Salvador, as três correntes expuseram críticas. A Articulação de Esquerda destacou o profundo sentimento de frustração causado pela resolução final aprovada no congresso, que destoa totalmente dos anseios dos movimentos sociais e das bases do partido que esperavam uma guinada a esquerda do partido diante da guinada a direita do governo, porém o que se viu foi, mais uma vez, a submissão total da corrente majoritária aos ditames do planalto. Já a Militância Socialista destacou o processo de sabotagem feito pela corrente majoritária ao congresso, desde o esvaziamento das etapas municipais, estaduais e livres até as manobras no próprio congresso onde praticamente todas as questões que motivaram a convocação do congresso em primeiro lugar acabaram remetidas de volta ao diretório nacional. E ao fim e ao cabo, além dos problemas políticos da resolução final, internamente tudo ficou como estava ou piorou. Já a corrente O Trabalho, preferiu ser mais otimista, destacando os manifestos assinados por parte da bancada federal, e outro assinado pelos sindicalistas petistas da direção nacional da CUT pedindo por mudanças, além das votações apertadas em questões sobre a politica econômica e politica de alianças, como demonstração de que a crise politica e econômica começa a gerar fissuras dentro da direção do partido, como resultado da pressão das bases
Agora o que os dirigentes dessas correntes precisam explicar a seus militantes é por que não sair da intenção e partir para ação ? Por que não um Congresso da Esquerda do PT?
 
Diante da constatada deslegitimidade  da direção nacional do PT diante da sua base social a dissidência é não só uma opção como um dever dos setores politicamente mais avançados do partido. E longe de ser um enfraquecimento da unidade como podem bradar alguns, seria na verdade um chamado de unidade para a luta. Porém para poder organizar algo dessa envergadura é preciso independência. Independência politica dos cargos comissionados nos governos municipais, estaduais e do governo federal, e também de alguns aparelhos( sindicatos e etc...) e principalmente, independência da estrutura financeira do partido, já que um Congresso como esse só teria legitimidade de fosse financiado por militantes petistas e de movimentos sociais comprometidos politicamente com a sua realização.
 
Um Congresso da Esquerda Petista poderia se posicionar contra todos os ataques aos trabalhadores vindos do governo federal e/ou do congresso nacional, contra a aliança com o PMDB de Eduardo Cunha e demais partidos de direita, e propor a constituição de uma Frente de Esquerda capaz de retomar a ofensiva por ampliação de direitos para a classe trabalhadora. Do Congresso poderia ainda emergir um polo de oposição petista a guinada a direta do governo Dilma, uma verdadeira direção paralela do partido, orientando não só boa parte da militância petista como talvez, parte de sua bancada na câmara e no senado, como aconteceu com o Syriza na Grécia.

Assine o abaixo-assinado pelo rompimento da aliança do PT com o PMDB: http://migre.me/qaEhi
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